quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Corporificando a palavra

Encontro com educadores de Tapes, a reflexão do dia: o desafio ético no cotidiano de nossa humana docência.
Em síntese: o desafio de educar enquanto exercício de corporificar a palavra através do exemplo - tarefa nada simples numa sociedade de reality shows, bem distantes da emergente necessidade de uma práxis da eticidade.
"you are what you do, not what do you say" apelo deixado pela menina na ECO 92. Discurso que pulsa ainda em nossos corações, quando, reunidos refletimos acerca deste tema tão antigo e atual que é a ética.
Uma manhã de partilha e da certeza de que ainda há homens e mulheres apaixonados pela tarefa profissional de educar.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Solidão acompanhada


A maioria dos filósofos tinham demasiado apreço pela solidão. Penso que a solidão era melhor companhia, quando, refletindo sobre o existir não encontramos com quem partilhar reflexões, sejam elas imanentes ou transcendentes...Filósofo, poeta, pintor, todos, amantes dela: fiel companheira, parceira ideal nas discussões do existir, do sentir, do compreender, do ser.
Clarice a amou e desejou, não posso discordar:

Quero solidão...
Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:  quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. - Por não ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.

Modigliani: paixões, cores e uma breve vida


Ao lado da obra de Modigliani, exposta no Museu da Filadélfia, ninguém pode imaginar o coração aos pulos que trazia em meu peito, depois da gafe de tentar tocar a obra e ser repreendida pelo guarda do andar.
Quem já não passou por uma destas? Diante da beleza da criatividade humana, da inspiração do amor, das cores da existência finita de todos nós, ficar encantado, hipnotizado, sensibilizado de tal forma que tudo ao redor parece desaparecer... Eu fiquei assim, ao bater os olhos no quadro, logo pude imaginar o belíssimo boêmio Modigliani dançando com uma taa de vinho entre os dedos, olhos fixos em sua amada e a tela entre ambos. A pintura não é bela esteticamente para alguns, mas, aos que conhecem a história, ahhh.
Quem me dera pintar algo significativo na tela da vida, educar com as cores da paixão e dançar com o tempo que me resta, uma canção que combine com o sabor do vinho.