Jesus está vivo! Superou o desafio da morte e nos deixou a belíssima mensagem de que a vida é repleta de travessias pascais que podemos e devemos passar. Quando maturamente consideramos a mensagem pascal destes dias, concluímos que a vida é uma sequência infinda de mortes e ressurreições cotidianas as quais todos passamos indiferente de credos, cores e raças.
Mas aí, eis que surge outro elemento na celebração pascal da vida: o coelho. Criatura que jamais pôs ovo algum e, para complicar sua missão, deve fazê-los de chocolate. Coloridos, surpreendentes, saborosos e a cada ano mais caros. Uma fantasiosa crença cultivada desde cedo no coração de nossa infãncia para o desespero do bolso de muitos pais. Como frustrar o olhar encantado de uma criança que na manhã de domingo procura o ninho que foi construído na escola, na família ou na solidão de seus sonhos? A Páscoa torna-se festa altamente lucrativa, mas também, seriamente destrutiva para os que estão à margem da sociedade do consumo que estamos inseridos.
Resta aos muitos que não podem participar desta alegria, aguardar dos que receberam a visita do coelho generosamente, as sobras de seus ninhos e o discurso falido da solidariedade. Talvez seja esta morte, a da dignidade humana, a mais dolorosa e difícil de se experienciar ressurreição.
Jesus está vivo, venceu a morte! O coelho chegou, vence o consumo.
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