domingo, 23 de maio de 2010

Meu quarto em Reading,PA

Revolvendo meus pertences, encontrei esta foto tirada em meu quarto no ano passado em Reading, Pensylvânia, quando lá estive em um tempo de Graça e aprendizagem. Muito espaço, comodidade, segurança e serenidade... Incontáveis vezes, sentava naquela poltrona e contemplava a neve que pousava silenciosamente em minha janela, fazia frio e escurecia e eu então, aquecia uma água e sovava o mate - tradição gaúcha para vencer a solidão em outras estâncias.
Conheci pessoas queridas, as quais jamais meu coração deixará de visitar.
Hoje, observando a foto deste quarto, volto meu olhar para o quarto em que me encontro, a diferença é estarrecedora. Minúsculo, desconfortável, inseguro, e de um barulho infernal que invade de fora e faz com que as paredes estremeçam.
Mas não estou lastimando esta mudança.
Reflito agradecida a metamorfose que vem ocorrendo dentro de mim, da maturidade que as escolhas e os diferentes espaços estão em mim realizando. Aqui também há pessoas queridas.
Não observo mais a neve - imagem indescritível, acolho hoje a parede do muro que sufoca minha atual janela e, pelas frestas dele, percebo a claridade da noite que insiste em me visitar, talvez, por saber o quanto almejo a mesma.
E quando a tristeza tenta me vencer neste tempo de travessia, murmuro para mim mesma a frase de Santo Agostinho: "Você precisa se esvaziar do que acumulou dentro de si, para poder se preencher com aquilo de que você está vazio".

Um comentário:

  1. Do tamanho que é teu coração, ainda há de caber muitas experiências novas; ao contrário daqueles corações pequenos e apertados, murchos pela inveja e por alimentarem somente a si próprios. Tu tem o coração limpo, não importa onde tu estejas e por o que passes. Eu que sei, por ser privilegiada da tua sincera amizade.

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